Jornalismo Chapa Branca: A Perversão da Informação a Serviço das Elites em Pontal do Paraná

 

Práticas submissas de veículos de imprensa em prol dos interesses das elites e do poder público minam a democracia, a transparência e a liberdade de imprensa em cidades como Pontal do Paraná, evidenciando a urgência de uma reflexão sobre o papel ético do jornalismo.

No cenário jornalístico tradicional, o termo “jornalismo chapa branca” sempre denotou uma postura favorável ao governo. No entanto, em contextos de sociedades avançadas e normais, essa definição evolui para algo diferente. Em países onde a plutocracia domina, como o Brasil, o jornalismo chapa branca assume uma nova faceta, caracterizada por defender os interesses do verdadeiro poder: as elites econômicas. Isso perpetua desigualdades, privilégios e atrasos, indo contra o progresso.

 

A redação do Portal Rádio e TV Sol Maior estranhou o fato de receber, via canal oficial da Prefeitura de Pontal do Paraná, uma mensagem indicando um órgão de imprensa como o verdadeiro veículo confiável no jornalismo do litoral. Inclusive reproduzindo matérias do citado veículo.

 

A triste realidade de pequenos municípios que controlam uma parte da mídia, transformando-a em “chapa branca”, é um problema que pode ter consequências significativas para a democracia, a transparência e a liberdade de imprensa em uma sociedade. O caso mencionado de Pontal do Paraná é apenas um exemplo do que pode acontecer quando a mídia local se torna instrumentalizada para atender aos interesses políticos de determinados grupos.

Esses jornalistas, nem sei se são, não são definidos por sua orientação profissional como órgão de imprensa, mas sim pela postura e vontade do gestor público. São substrato de produtos de uma estrutura hierárquica que favorece a submissão em vez do questionamento ou da verdadeira informação. A consciência raramente os atormenta, pois o cinismo é uma característica central de suas personalidades editoriais. Em suas redações, se é que existem, não há espaço para vozes independentes; o chapa branquismo é a norma. Todos os níveis da equipe, desde os donos até os simples funcionários, são permeados por essa mentalidade. Isso se dá também aos ditos blogues informativos da cidade.

Aqueles que não se conformam se tornam excluídos sociais nas redações e são obrigados a sair. O jornalista independente sabe que um furo de reportagem só é aceito se for direcionado contra os inimigos dos patrões. A denúncia contundente contra um político poderoso, pode complicar a vida do jornalista, mesmo que as evidências sejam irrefutáveis.

 

Nesse contexto, atacar figuras antagônicas ao poder do gestor municipal, independentemente da veracidade dos fatos, pode impulsionar um veículo, um jornal ou um blogue. No entanto, essa abordagem não é jornalismo, mas propaganda a favor das elites municipais.

 

 

Temos certeza que história olhará para esses ditos jornalistas ou pseudos órgãos de informação, independentemente de sua antiguidade ou poder do dinheiro, como exemplos de aberrações no jornalismo. Muitos estão cientes disso, mas o apelo das recompensas materiais supera qualquer preocupação com seu papel na história ou sua integridade. A mácula do jornalismo chapa branca persiste, alimentada pelo desejo de gratificações imediatas em detrimento da ética e da responsabilidade jornalística pela verdadeira informação.

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