O Setor Litoral, da Universidade Federal do Paraná, não ficará alheio ao que está ocorrendo em relação à Educação Básica Pública do Estado do Paraná, que sofre um dos seus piores ataques, inclusive desrespeitando os protocolos internacionais de saúde.
A Secretaria de Educação do Estado impôs, às professoras e aos professores PSS (Processo Simplificado de Seleção), uma prova de Seleção presencial, pelo Edital 47/2020, que regulamenta o processo. Esse Edital contém também outros problemas, como a ínfima quantidade de vagas disponibilizadas, o fato de excluir pessoas com mais de 60 anos e gestantes e não garantir o piso regional para os que passarem.
Professoras e Professores PSS, juntamente com colegas do Quadro Próprio do Magistério (QPM), depois de inúmeras tentativas de negociação, em um ato extremo, entraram em greve de fome. Não é admissível que em um Estado de Direito professoras e professores tenham que recorrer a esta última forma de luta para garantir seus direitos enquanto cidadãos quando são cerceados os espaços de debate, do contra-debate, das divergências e convergências, dos consensos e dissensos. A greve de fome é a expressão da surdez do Estado, representa a morte do ser, pois é a morte do discurso, do convencimento, do diálogo, o que nos fundamenta como educadoras e educadores.
Que se abra o diálogo. Que os colegas que estão em greve possam sair com garantias concretas de rediscussão do Edital 47. Todo apoio aos professores e professoras que resistem. Vocês não estão sozinhos nessa luta.
Martin Luter King dizia que a greve é a linguagem dos não ouvidos. A surdez do Estado e dos meios de comunicação não nos representa. Vocês, sim, nos representam na luta digna que fazem pela educação pública.