Prognósticos da OCDE para o País são de uma recessão de 5% em 2020 e crescimento de somente 2,6% em 2021
Mesmo após uma recessão recorde, a economia brasileira terá um crescimento relativamente pífio em 2021, abaixo da média mundial. Internamente, o mercado financeiro já reduziu de 3,49% para 3,40% a expectativa para o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) neste ano, conforme o 1º Boletim Focus de 2021, divulgado nesta segunda-feira (4) pelo Banco Central. A instituição também estima que, em 2020, o Brasil deva registrar uma retração econômica de 4,36%.
Instituições financeiras consultadas pelo Poder360 indicam que o País vai se recuperar apenas parcialmente da recessão do ano passo, em mais uma decepção à vista. Segundo essas instituições, os próximos meses ainda são cheios de incertezas, e a economia brasileira ainda vive a pior crise da sua história.
Como a saída depende de uma forte campanha de vacinação contra o coronavírus – que ainda não começou –, o Brasil terá uma recuperação mais lenta do que a dos demais países. O governo Jair Bolsonaro afirma que o início da imunização pode ficar até para depois de 10 de fevereiro – mas a negligência e a incompetência de pastas como o Ministério da Saúde bolsonarista devem agravar a situação.
Os prognósticos da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) para a economia brasileira são de uma recessão de 5% em 2020 e crescimento de somente 2,6% em 2021. Já o Fundo Monetário Internacional estima alta de 2,8% para este ano. A PwC vê 2,9%. A agência de classificação de risco Fitch Ratings é mais otimista: avanço de 3,1% em 2021. Se concretizado, o aumento do PIB recupera o volume perdido na pandemia de Covid-19. Mas o crescimento brasileiro pode ficar abaixo da média global e atpe da América Latina.
No G20 (grupo das 20 maiores economias do mundo), os asiáticos devem se destacar. A Índia – que deve ter fechado 2020 com queda do PIB superior a 9% – pode acabar 2021 com um crescimento de 7,9% a 11%. A China, epicentro do coronavírus, deve subir mais de 8%. Juntos, esses 2 países têm cerca de 3 bilhões de habitantes.
“O mundo está para lá, na Ásia – e o crescimento também. Há centenas de milhões de pessoas ascendendo para um nível de consumo na Índia e na China”, disse Bruno Porto, sócio da empresa de consultoria e auditoria PwC. “Quando a gente olha para o Brasil, com 210 milhões de pessoas, a gente está atrás. É um local secundário para investimentos.”
O desemprego deve igualmente piorar no País. A desocupação está no recorde histórico, com 14 milhões de desempregados (14,4%). Com o fim do auxílio emergencial, brasileiros desamparados tendem a procurar postos de trabalho e reaparecerão nas estatísticas.
Além disso, com Bolsonaro e a pandemia, a dívida pública disparou. Nas contas do Tesouro Nacional, o País terminará o ano com dívida equivalente a 93% do PIB, uns dos maiores patamares entre os emergentes. Em 2019, eram 74%.
Com informações do Poder360