Castração de cães e gatos das ilhas do Paraná

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Previsão é promover a castração de 500 cães e gatos de ilhas do Litoral do Paraná. Trabalho foi selecionado em edital do programa Saúde Única, dentro do conceito de saúde animal, humana e ambiental. Investimento total é de R$ 1 milhão.

 

Promover a castração de cerca de 500 animais em ilhas do Paraná. Essa é uma das propostas contempladas no edital do programa Saúde Única, uma iniciativa inédita no País, que destina cerca de R$ 1 milhão a projetos dentro do conceito de saúde animal, humana e ambiental.

O programa é realizado pela Secretaria do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo e pela Superintendência Geral de Ciência e Tecnologia e Ensino Superior, com recursos da Fundação Araucária.

O projeto de esterilização de animais em ilhas do Paraná nasceu de uma ação voluntária, já realizada na Ilha das Peças em 2018 com a castração de 40 cães, gatos e porcos da índia. A iniciativa atende plenamente o conceito de saúde integrada.

Com a oportunidade do edital, a coordenadora da ação e professora da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), Claudia Turra Pimpão, viu a oportunidade de expandir as cirurgias para o município de Guaraqueçaba e ilhas ao redor.

“Quando chegamos à Ilha das Peças, em 2018, praticamente todos os animais tinham carrapatos, pulgas e bicho-de-pé ou, ainda, uma carga pesada de parasitas. A área da saúde única estuda a interface entre o animal e o meio ambiente, atingindo também os humanos. Então esse edital veio exatamente para suprir essa demanda”, afirmou Cláudia.

Para desenvolver as castrações, o grupo de alunos e professores que atua no projeto recebeu o montante de R$ 94 mil. Neste momento as ações aguardam que a situação da pandemia da Covid-19 esteja mais controlada.

“Uma cirurgia em ilha é mais desafiadora, pois precisamos levar muitos materiais em barcos e ter um local adequado para realizar os procedimentos. Na Ilha das Peças, fechamos um local de festas e isolamos com tecido TNT em três áreas: pré-cirúrgico, cirúrgico e pós-cirúrgico”, destacou. Ainda de acordo com ela, por mais que tudo esteja esterilizado, o próprio chão de areia facilita a contaminação e todo cuidado é pouco.

Além da castração, que propicia o controle populacional de animais e previne zoonoses, evitando que sejam repassadas aos humanos, o projeto contemplado com recursos estaduais também faz a coleta de amostras sanguíneas para análise clínica. As principais doenças que podem ser transmitidas de animais aos seres humanos são raiva e leptospirose.

 

CHAMADA PÚBLICA – As linhas temáticas da Chamada Pública do Programa de Pesquisa aplicada à Saúde Única foram elaboradas pela Secretaria do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo.

Envolvem diagnóstico de ações voltadas à gestão populacional de cães e gatos no Paraná, análise de risco de doenças para vida selvagem, manejo populacional de cães e gatos em ilhas, castrações química e pediátrica de animais, maus-tratos de animais e violência doméstica, e medicina de abrigos e acumuladores.

O secretário estadual do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo, Márcio Nunes, lembra que boa parte das doenças e zoonoses que acontecem no mundo estão relacionadas ao estreito relacionamento entre o homem e o animal, não só domésticos, mas também silvestres e de criação.

“Nosso objetivo é apoiar projetos de pesquisas que contribuam para a resolução de problemas prioritários da população no âmbito da saúde única para o fortalecimento da gestão das políticas públicas ambientais, visando o desenvolvimento científico na área do meio ambiente do Estado. Por isso, é fundamental nosso apoio para que as soluções dos problemas venham das universidades”, afirmou.

 

Aldo Nelson Bona, superintendente de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, destacou a importância da realização conjunta de ações entre diferentes órgãos da gestão pública, na busca de solução para os problemas. “Os ativos tecnológicos do Estado presentes nas universidades estaduais estão a serviço da população. Trata-se de um edital construído em conjunto, com a perspectiva de conquistarmos importantes resultados, tendo como foco o tema da saúde única”, ressaltou.

NAPI  A Chamada Pública vem ao encontro da implantação do Novo Arranjo de Pesquisa e Inovação (NAPI) da Saúde. “O Sistema de Ciência, Tecnologia e Inovação do Paraná, com os nossos ativos, está a serviço da sociedade. E esta parceria é mais uma ação que coloca estes pesquisadores como bem comum da população, na busca por soluções para as demandas e necessidades do Estado, e em específico, aos desafios da saúde”, disse o diretor Científico, Tecnológico e de Inovação da Fundação Araucária, Luiz Márcio Spinosa.

 

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