Caso suspeito de ‘fungo preto’ em paciente com covid é monitorado na Região Sul

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O paciente, que tem como comorbidades diabete e artrite reumatoide, começou a ter sintomas gripais em 20 de fevereiro deste ano e, três dias depois, teve o diagnóstico para covid-19

Um caso suspeito da infecção grave e rara chamada mucormicose, também conhecida como “fungo preto”, está sendo monitorado em Joinville (SC) após um homem de 52 anos infectado pela covid-19 apresentar sintomas. Ele está internado em um hospital particular.

No último sábado, 29, o Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS) do Ministério da Saúde emitiu uma Comunicação de Risco sobre um “provável caso” da doença, de acordo com a Secretaria da Saúde de Joinville. Em nota publicada neste domingo, 30, a Diretoria de Vigilância Epidemiológica (DIVE), órgão ligado à Secretaria de Saúde de Santa Catarina, informou que também acompanha o caso e que não há outras suspeitas em investigação.

O paciente, que tem como comorbidades diabete e artrite reumatoide, começou a ter sintomas gripais em 20 de fevereiro deste ano e, três dias depois, teve o diagnóstico para covid-19. Em março, no dia 19, ele precisou ser internado em um hospital particular por ter apresentado fraqueza generalizada relacionada com a covid-19 e teve alta no início do mês passado.

“Por ter apresentado cetoacidose diabética, que é uma complicação metabólica caracterizada por fatores relacionados com a diabete, o paciente teve uma celulite facial, que prejudicou parcialmente a acuidade visual. Por este motivo, iniciou imediatamente acompanhamento com médico especialista”, informou a pasta. Diante dessa situação, ele foi internado novamente no dia 21 e, no último dia 26, foi submetido a um procedimento cirúrgico.

Em nota, o Hospital Dona Helena informou que não vai divulgar boletins com o estado de saúde do paciente. “Em respeito à sua privacidade e a pedido do próprio paciente, a evolução do caso não deve ser divulgada pelo hospital.”

Casos de “fungo preto” foram detectados em pacientes na Índia e a relação da doença com pacientes imunodeprimidos diagnosticados com a covid-19 é investigada.

Especialistas acreditam que o fungo pode estar infectando pacientes com covid com sistema imunológico já enfraquecido e que comorbidades, principalmente diabete, fazem com que eles fiquem mais vulneráveis. Outra linha analisa se o uso de esteroides durante a internação por estar relacionada com a condição.

Segundo a Secretaria da Saúde de Joinville, essa infecção é causada por microorganismos que vivem principalmente em solo com matéria orgânica em decomposição, como folhas. Pacientes com diabete, com doenças oncohematológicas ou que utilizam medicamentos imunossupressores são mais suscetíveis.

“Há cinco formas possíveis de manifestação da doença: sinusal/cerebral, pulmonar, gastrointestinal, cutânea ou disseminada. Os sintomas mais comuns são dores súbitas, que evoluem para lesões localizadas”, diz a pasta.

O tratamento envolve terapia antifúngica intravenosa, mas há casos com necessidade de cirurgia para remoção de tecidos infectados ou necrosados. “Em alguns pacientes, a evolução da doença pode resultar na retirada de parte da mandíbula ou do olho.” A condição pode levar à morte.


Por Estadão Conteúdo 

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