Especialistas dizem que elementos foram incluídos apenas por critérios paisagísticos e trazem grandes prejuízos ambientais, provocando acúmulo de areia e erosão costeira do lado norte, transferindo o problema de Matinhos para Pontal do Paraná.
Um grupo de 17 pesquisadores da Universidade Federal do Paraná (UFPR) apresentou novos questionamentos sobre o projeto de revitalização e engorda da orla de Matinhos, no litoral. Eles já haviam emitido uma nota técnica contestando o projeto, o que levou o Ministério Público do Paraná (MP-PR) a pedir a suspensão da audiência pública em que seria apresentada a minuta do edital de licitação da obra.
Estimado em R$ 512,9 milhões, o projeto prevê o engordamento da orla com a utilização de 3 milhões de metros cúbicos de areia em três trechos, que compreendem a Praia Brava, em Caiobá, o Pico de Matinhos e os balneários Riviera, Flórida e Saint Etienne. Estão previstas ainda obras de pavimentação e paisagismo, que incluem novos quiosques, pistas de caminhada, ciclovias, sinalização, iluminação, passarelas e áreas de restinga; estruturas marítimas para manutenção da areia após o engordamento e um novo canal em Saint Etienne para contenção de cheias, minimizando o impacto sobre o Rio Matinhos.
A engorda propriamente dita deverá começar em junho, quando um navio vindo da Bélgica fará a operação. A embarcação já está no Rio de Janeiro, devendo nos próximos meses chegar ao porto de Paranaguá, de onde se deslocará até Matinhos. Essa etapa deverá se estender até novembro, quando a engorda estará concluída, com a faixa de areia alargada para 100 metros.
Nesta terça-feira, estiveram em Matinhos, para dar início aos trabalhos, o secretário de Desenvolvimento Sustentável e Turismo, Everton Souza; o diretor do Instituto Água e Terra (IAT), órgão responsável pelo projeto, José Luiz Scroccaro; e o diretor técnico do Consórcio Sambaqui, que venceu a licitação para a execução da obra, Élvio Torres. Eles foram recebidos pelo prefeito de Matinhos, Zé da Ecler (Podemos).