Implicado pelo ex-diretor do DER e delator da Lava Jato Nelson Leal Junior, o secretário–chefe da Casa Civil Guto Silva negou que tenha recebido dinheiro de uma concessionária de pedágio para a sua campanha em 2014.
De acordo com informação divulgada pelo Estadão, o colaborador afirmou que entregou, em mãos, R$ 100 mil ao ex-parlamentar quando ele ainda era candidato à Assembleia Legislativa, no ano em que se elegeu para o primeiro mandato, pelo PSC, com 45 mil votos. O dinheiro teria sido entregue no prédio do DER após ser solicitado por Pepe Richa, então secretário estadual. O pedido, classificado como “ajuda financeira”, foi direcionado ao presidente de uma das concessionárias de pedágio, Helio Ogama, que também firmou delação premiada com o Ministério Público Federal.
O próprio chefe da Casa Civil divulgou um vídeo em que fala sobre o caso. Nele, Guto Silva afirma que está no interior do estado e comenta as informações publicadas pelo Estadão, que envolvem o nome dele no esquema investigado pela operação Integração.
“Estou no interior do Paraná cumprindo agenda e recebi as delações com surpresa. Sempre defendi a transparência e que qualquer homem em qualquer função pública pode ser investigado. Eu não sou exceção. Estou triste, indignado com a situação, e confio no trabalho do Ministério Público para que a gente possa trazer toda a verdade”, comentou.
Em nota encaminhada à imprensa no final da manhã, o secretário destaca ainda que “se trata de uma declaração inverídica. Uma ilação sem qualquer sustentação na realidade”. Guto Silva diz ainda que está “à disposição de qualquer instância do Ministério Público e do Poder Judiciário para que tenha oportunidade de apresentar o contraditório em relação à falsa declaração do delator”. Por fim, Silva se diz convicto de que a situação será esclarecida e que “a Justiça será feita, condenando pessoas que agiram contra o interesse público e tentam dividir sua culpa com quem não têm nenhum envolvimento com os fatos que estão sendo apurados”.
Também em nota, a defesa do ex-secretário José Richa Filho “esclarece que os fatos são inverídicos e lamenta a credibilidade dada ao criminoso confesso que busca, a todo custo, benesses indevidas. Pepe Richa confia na aplicação da Justiça e continua à disposição para esclarecer os fatos”.
As investigações da operação Integração tratam de suposto esquema de corrupção envolvendo as concessionárias que administram as rodovias do chamado Anel de Integração. É a fase da Lava Jato que levou para a cadeia, entre outros o ex-governador