O candidato da Federação Esperança, Roberto Requião, retuitou neste domingo (11/09) vídeo em que as ondas encobrem a engorda da praia de Matinhos, no Litoral do Paraná.
Segundo Requião, o vídeo comprova a “fraude da praia engordada” e como o governador cessante Ratinho Junior (PSD) jogou milhões de reais pela janela, ou, como se diz na mitologia grega, para “Nereu” – o velho deus do mar.
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A obra de alargamento da orla de Matinhos, iniciada às pressas este ano, sofre com danos causados pela força da natureza e não avança. Um mês após o mar “comer” boa parte da obra, novamente a força das ondas comprometeu a intervenção neste sábado, dia 10 de setembro.
Na opinião de moradores e ambientalistas, os danos são fruto da falta de planejamento do poder público.
Em vídeo que circulou nas redes sociais, uma moradora de Matinhos denunciou o descaso e disse que dinheiro público está sendo jogado fora por falta de preparo e tecnologia. “O mar volta a detonar tudo. Não tem jeito. Isso não vai acabar nunca, pois falta tecnologia e preparo. Essa semana eles não trabalharam nada. Eles não saem do seco e não conseguem entrar na rebentação”.
Para o candidato ao governo do estado pela Frente Brasil da Esperança (PT, PV, PCdoB), Roberto Requião, a obra é uma fraude e representa milhões jogados fora. “Qual seria o nome correto: engordamento de Matinhos ou sumidouro de dinheiro público? A farsa se desmontou. Quem será responsabilizado pelo dinheiro público jogado fora?”, questiona o ex-governador.
De acordo com Requião, a obra da orla de Matinhos custa 7 vezes mais que a de Balneário Camboriú.
– Enquanto no município catarinense a intervenção custou em torno de R$ 66 milhões, a obra paranaense é orçada em quase R$ 500 milhões. Além do valor muito mais alto, outro questionamento é sobre a licitação em bloco, que envolveu 7 empreiteiras – diz Requião. “Isso deveria ser profundamente investigado”, cobra ele.
Embora seja um anseio de boa parte população de Matinhos, os moradores questionam a forma como a obra tem sido conduzida.
– O questionamento é se a obra tem lastro técnico preparado para enfrentar a mecânica costeira com o advento das mudanças climáticas, cujo panorama para a orla de Matinhos é assustador. Temos problemas na obra, dispersão de areia para o interior do município e desperdício de dinheiro público. Quem vai pagar a conta somos nós – afirma o morador e ambientalista Pedro Guimarães. “Tiraram a proteção da orla, que são as dunas e a restinga. Isso é dar pau em doido”, protesta.
Na opinião do guarda costeiro Armando Cesar Gonçalves, o Tuareg, a construção apressada da orla é um plano eleitoreiro.
– Depois, vão nos abandonar. A obra alterou muito padrão das ondas, que hoje são muito mais perigosas. Eles passaram o carro por cima. Não houve debate democrático com a população.
O deputado estadual Requião Filho (PT) também se pronunciou sobre o fato: “Desperdício de dinheiro público é algo que eu abomino. Isso geralmente acontece quando obras são mal planejadas e mal executadas, principalmente quando são obras eleitoreiras”.