Mexilhão-verde ameaça biodiversidade e economia do litoral paranaense

Gostou deste conteúdo? Compartilhe

Facebook
WhatsApp
Imprimir
Email

 

Espécie invasora tem crescimento exponencial e preocupa especialistas; monitoramento e conscientização da população são fundamentais para conter os impactos ambientais e econômicos.

O litoral paranaense está enfrentando uma grave ameaça ambiental com a invasão do mexilhão-verde (Perna viridis). Originário do Indo-Pacífico, especialmente da Ásia, esse molusco foi registrado pela primeira vez em 2020 na região e tem se proliferado rapidamente, conforme relata Victor Faruk Morato, estudante de Biologia e bolsista no projeto de monitoramento “Esverdeando o Litoral”, realizado pela Unespar em Paranaguá.

O projeto faz parte da iniciativa “Marés de Mudança”, que visa monitorar as mudanças climáticas e a presença de espécies invasoras no Complexo Estuarino de Paranaguá, com apoio de instituições como Itaipu Binacional e Funbio. “Iniciamos o monitoramento no início do ano e o aumento da população de mexilhões-verdes é alarmante. Nas últimas coletas, passamos de 100 exemplares, o que evidencia um crescimento exponencial”, alerta Victor.

Ameaça à fauna local
A expansão do mexilhão-verde representa uma séria ameaça à fauna nativa, com potencial para desestabilizar o ecossistema marinho local. “Essa espécie possui alta capacidade de adaptação e domina facilmente os ambientes, prejudicando a pesca e a coleta de outros moluscos que são fonte de renda para pescadores”, explica o estudante. Espécies nativas, como o mexilhão-sururu, já sofrem com a competição por espaço e recursos.

Riscos no consumo
Embora em algumas regiões do mundo o mexilhão-verde seja cultivado para consumo, no Brasil a situação é diferente. Devido à poluição presente nas águas do litoral paranaense, seu consumo pode ser perigoso. “Como são filtradores, esses moluscos absorvem tudo que está em suspensão na água, inclusive poluentes, o que pode comprometer a segurança alimentar”, esclarece Victor.

Monitoramento e conscientização
O trabalho de monitoramento segue em curso, e os resultados obtidos até o final do ano serão essenciais para avaliar o real impacto da espécie invasora. Paralelamente, projetos de conscientização buscam alertar a população sobre os riscos que essa invasão representa para o meio ambiente e a economia local.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *