CNJ determina afastamento de magistrado citado em inquérito da PF sobre ataques às urnas eletrônicas
O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) determinou o afastamento temporário do juiz Sandro Nunes Vieira, titular da 1ª Vara Federal de Paranaguá. A decisão, expedida na quinta-feira (28) pelo Corregedor Nacional de Justiça, ministro Mauro Campbell, veio após o Supremo Tribunal Federal (STF) informar ao CNJ que o nome do magistrado foi citado no inquérito da Polícia Federal (PF) sobre tentativas de deslegitimar as eleições presidenciais de 2022.
Relação com o Golpe e Envolvimento com o PL
Sandro Nunes Vieira, que integrou o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) entre 2019 e 2022 e participou do Programa de Enfrentamento à Desinformação, é acusado de ter atuado ilegalmente para assessorar o Partido Liberal (PL) em ações contra a confiabilidade das urnas eletrônicas. Ele teria contribuído na elaboração de um documento do Instituto Voto Legal, usado como base para questionar o resultado do segundo turno das eleições.
De acordo com o relatório da PF, o magistrado trocou mensagens com Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, e pediu explicitamente que seu nome fosse mantido em sigilo no processo. Uma das mensagens extraídas de um celular envolvido na investigação mostra Sandro solicitando a Valdemar Costa Neto, presidente do PL, que evitasse mencionar sua participação.
Sindicância e Substituição
A Corregedoria do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), com sede em Porto Alegre, já havia iniciado uma sindicância para apurar as condutas do juiz. Após o afastamento cautelar determinado pelo CNJ, o TRF-4 confirmou o andamento da medida e nomeou o juiz Ricardo Cimonetti de Lorenzi Cancelier, da 10ª Vara Federal de Curitiba, para assumir a 1ª Vara Federal de Paranaguá.
Essa decisão marca mais um capítulo nas investigações sobre as tentativas de desestabilizar a democracia brasileira e reforça o compromisso das instituições com a integridade do processo eleitoral.