Turismo em alta, preços também: a ganância ameaça a temporada de verão

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Abusos nos preços de produtos e serviços preocupam turistas e moradores locais, enquanto o Código de Defesa do Consumidor clama por fiscalização.

O turismo, cada vez mais consolidado como um dos pilares da economia paranaense, demonstra sua força nesta temporada de verão. Rodovias movimentadas, praias lotadas e meios de hospedagem esgotados refletem a pujança do setor. Pontal do Paraná, por exemplo, vive dias de grande fluxo de visitantes, mas essa notoriedade trouxe também desafios severos: o município está praticamente intransitável para veículos e pedestres.

Porém, o maior risco à sustentabilidade desse “boom” turístico não está na infraestrutura, mas na ganância. Empresários de diversos segmentos têm abusado dos preços cobrados pelos serviços oferecidos aos visitantes, especialmente no setor de alimentação e bebidas.

Um exemplo emblemático ocorreu recentemente em um balneário nem tão badalado. Uma família local decidiu visitar um novo restaurante, sem luxo aparente, e se deparou com uma conta exorbitante. Ao questionar o valor, o chefe da família ouviu do garçom uma resposta que escancarou a mentalidade predatória de alguns estabelecimentos:
“Isso aqui é para turista, não para nativos.”

Essa prática de exploração não se limita à alimentação. Estacionamentos, que fora da temporada cobravam R$ 10 a R$ 15, agora exigem até R$ 40. Supermercados, que sobrevivem graças aos moradores locais durante o resto do ano, chegam a aumentar preços em até 30% durante o verão, penalizando tanto turistas quanto nativos.

Esse comportamento é reflexo de um capitalismo selvagem, no qual o aumento da demanda é tratado como oportunidade para lucros desproporcionais, sem preocupação com o impacto a longo prazo. O art. 39, inciso X, do Código de Defesa do Consumidor (CDC), caracteriza essa prática como abusiva, ao proibir aumentos de preços sem justa causa.

Onde está a fiscalização?

A prefeitura de Pontal do Paraná, sob a gestão de Rudão Gimenes, e o Procon têm o dever de agir rapidamente para coibir esses abusos. A ausência de fiscalização não apenas prejudica a imagem da cidade como destino turístico, mas também penaliza os próprios moradores, que sustentam o comércio fora da alta temporada.

A exploração desenfreada ameaça transformar o turismo, uma “galinha dos ovos de ouro” para a economia local, em um setor desacreditado e afastar visitantes nos próximos anos. Sem medidas firmes, o prejuízo pode ser irreversível.

Aos empresários, fica o alerta: preços justos e ética nos negócios são fundamentais para a sustentabilidade do turismo. Aos consumidores, a recomendação é clara: denunciem os abusos ao Procon e exijam seus direitos. Afinal, turismo de sucesso não combina com exploração.

Canalhice é um termo que descreve um conjunto de atitudes desonestas, manipuladoras e egoístas. É sinônimo de maroteira, ladroeira, baixeza, sujeira, bandalheira, cachorrada e molecagem

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