Norovírus causa surto no Litoral do Paraná e leva milhares aos postos de saúde

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Com 306% mais casos que no ano passado, virose mobiliza tendas de apoio e repasses estaduais

 

O surto de virose que atinge Guaratuba, Morretes, Pontal do Paraná e Matinhos foi confirmado como causado pelo norovírus, informou a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) na última sexta-feira (24). O diagnóstico foi realizado pelo Laboratório Central do Estado do Paraná (Lacen), que identificou o agente responsável por sintomas como mal-estar, diarreia, náusea e vômito, que levaram milhares de pessoas a buscar atendimento médico durante a temporada de verão.

De acordo com a Sesa, até 13 de janeiro, 5.439 pessoas receberam atendimento médico devido à virose no litoral paranaense. Esse número representa um aumento de 306% em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram registrados 1.339 casos. A alta demanda fez com que o Governo Estadual instalasse tendas de apoio ao lado das Unidades de Pronto Atendimento (UPA) para agilizar o atendimento à população.

Investimentos e declarações

Em coletiva de imprensa realizada na quinta-feira (23), dentro de uma das tendas de apoio em Matinhos, o secretário estadual de Saúde, Beto Preto, minimizou a gravidade do surto. “É mais um vírus de tantos outros que circulam onde há aglomeração de pessoas. Nós temos a vantagem de ter em Matinhos 100% de saneamento básico, então as coisas estão acontecendo da melhor forma possível”, declarou ao ser questionado sobre a situação.

Apesar de não detalhar a origem do surto, o secretário anunciou um repasse adicional de R$ 865 mil para os municípios de Matinhos, Guaratuba e Pontal do Paraná. O recurso será destinado à compra de medicamentos injetáveis e ao custeio das equipes médicas que atuam nas tendas. “Se necessário, o Governo do Estado realizará novos repasses financeiros para garantir o atendimento”, afirmou Beto Preto.

O que é o norovírus?

Segundo o Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), o norovírus é um dos principais agentes causadores de diarreia aguda no Brasil. Altamente contagioso, ele pode infectar uma pessoa com apenas uma partícula viral e é transmitido por contato com fezes, vômitos, objetos ou superfícies contaminados.

A contaminação ocorre, principalmente, pela ingestão de alimentos ou bebidas contaminados, contato com superfícies infectadas seguido de toque na boca e interação direta entre pessoas. Além disso, o vírus é resistente ao álcool em gel e às condições ambientais, o que dificulta sua eliminação.

Os sintomas incluem náusea, vômito, diarreia, dor abdominal, febre baixa, cansaço e dor de cabeça. Embora Matinhos tenha 100% de saneamento básico, a ausência de infraestrutura adequada em outras regiões facilita a disseminação do vírus, contaminando água potável e lançando dejetos no mar com alta carga viral.

O surto reforça a importância de medidas preventivas, como a higienização correta das mãos com água e sabão e o consumo de alimentos de procedência segura.

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